terça-feira, 21 de junho de 2011

Professores inesquecíveis

     Pensando que, no futuro, serei um professor e que tenho a pretensão de fazer o meu melhor para conseguir, de alguma forma, transformar a vida de meus alunos, senti a necessidade de escrever sobre os meus professores inesquecíveis. Isto causou-me certo temor, pois, em um primeiro momento, não consegui resgatar na lembrança alguém que tenha marcado meus momentos na escola. Sendo assim, comecei a recordar-me de toda minha carreira escolar e encontrei um saudosismo gostoso de momentos agradáveis que vivi durante os tempos de colégio. Por outro lado, algo me assustou: a única professora que lembrei o nome foi inesquecível por suas características negativas. 
    O meu relato será sobre a professora E., da disciplina de história, que me deu aula na 6ª e 7ª série. Ela era uma senhora em constante mau humor, pois, durante esses dois anos em que convivemos, jamais a vi dar um único sorriso. Suas aulas eram as únicas em que não havia conversas paralelas entre os alunos, mas não vejo isso como um aspecto positivo, visto que essa situação ocorria por seus gritos sobre qualquer “burburinho” e era comum passar bilhetes na agenda ou, simplesmente, ameaçar de tal ato. Se, por um lado – mesmo que de uma forma errada – a E. conseguia toda atenção dos alunos para ensinar, por outro ela não aproveitava essa oportunidade, pois suas aulas baseavam-se em seguir pontualmente as matérias contidas no livro didático e, dessa forma, suas provas exigiam, apenas, que nós tivéssemos decorado os conceitos apresentados. 
     Citei o caso desta professora, pois sendo a única que consigo dizer o nome, tornou-se, de certa forma, inesquecível. Entretanto, posso citar outros acontecimentos de minha vida escolar que ficaram marcados, como, por exemplo, ter minha mãe chamada à escola por que eu estava, segundo a docente, conversando demais (eu estava pedindo uma borracha!!!), mas a verdade apareceu quando nesta reunião ela questionou o porquê de estar ali e não conseguirem lembrar-se, dizendo “ah, estava chamando a mãe de todos, ele até que não incomoda”; outro caso foi quando corrigiram a palavra “pizza” em um trabalho meu, colocando em caneta vermelha “pitsa” – dessa vez, minha mãe foi de livre vontade conversar com o professor(a); sem contar o dia em que fiquei sem recreio por que um colega tropeçou e a professora disse que me viu empurra-lo – eu nem toquei na criança. 
     Enfim, infelizmente, após fazer essa retrospectiva mental, percebo que não tive ótimos professores ou, quem sabe, eu quem não se interessou em tê-los, pois nunca mantive um contato mais próximo com nenhum deles. Entretanto, das lembranças que me vem a mente, mesmo sem lembrar-me do nome/gênero/série do professor, nenhuma é positiva. E, portanto, acabo percebendo que minha vida na escola – em se tratando de professores – não foi tão boa. Será que, em parte, a culpa pode ter sido minha ou foi só azar? Não sei responder. Hoje, na universidade, tenho um ótimo relacionamento com a maior parte dos professores, mas, por outro lado, também estou mais maduro e com uma perspectiva para o futuro. Não importa a resposta e sim o que tais experiências poderão contribuir em minha profissão. 
     Portanto, analisando minha trajetória escolar, percebi que o melhor modo de tornar-me inesquecível aos meus futuros alunos será agindo de forma contrária à professora E. e aos demais, para que, tomando-os como exemplo negativo, eu consiga conquistar o reconhecimento e o agradecimento dos alunos, seja por transmitir o conhecimento necessário às suas vivências e, também, por influencia-los positivamente em suas escolhas e necessidades.


Um comentário:

Unknown disse...

Seicomé... Tive muitos professores ruins... Mas tive muitos bons também...

Dou aula e escolhi lecionar à, como as escolas rotulam, "garotos problema"... Mas nada são além de crianças que buscam confiança e um olhar amigo dos professores, mas que esses, por se acharem os donos do saber, ignoram.

CLARO que isso vai dar problema!

Enfim... tem uns posts falando disso no OPL. Se quiser, dá uma pssada e bizoia lá P-)

http://ospiratasdaliteratura.blogspot.com/